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O natal na Bolívia: Costumes e Tradições
Por: Da Redação - São Paulo 27/11/2013 19:27:17

Muitas dos costumes ancestrais do natal na Bolívia foram desaparecendo, mas algumas ainda se conservam, principalmente em cidades pequenas e no área rural, quase como em tempos da Colônia.


Na zona dos vales e no Oriente (Cochabamba e Santa Cruz), o clima ajuda a que a gente saia às ruas e visite os grandes presépios elaborados com materiais rústicos que eram tradicionalmente armados nas praças e igrejas, e que ainda se seguem armando em muitos lares, com concursos e prêmios inclusos, como sucede em Santa Cruz. Na zona andina, pelo frio, a forma mais comum é festejar em casa tomando um chocolate quente com buñuelos (massa frita no óleo com açucar esfarelada ou mel), cantando e dançando; e também se mantém o costume de armar presépios.



Antes era tradicional realizar uma dramatização pública do anuncio do nascimento de Jesus o 24 de dezembro, para o qual se escolhia a varões adultos para fazer o papel do anjo Gabriel, José, os reis magos e os pastores, a uma jovem para fazer de María e um bebê para fazer do Salvador. A jovem era levada montada num burro, do que atirava José, para um presépio normalmente instalado na igreja do povo, ou as vezes na praça central, onde “nascia” Jesus, e se dramatizava a história da visita dos pastores e magos. Também era costume que os meninos, em grupos ou sós, fossem de casa em casa cantando villancicos (cânticos natalinos populares) e dançando ante o presépio armado em cada casa, depois do qual o anfitrião lhes convidada com ponche, ou algum suco e chocolate se eram muito pequenos, e buñuelos.

Na zona rural do planalto, os aymaras enfeitavam a seu gado e se jogavam pétalas de flores durante o Natal, que para eles era a festa dos awatiris, isto é os pastores de ambos sexos que cuidam as llamas, vicuñas, ovelhas, etc. Dezembro é um mês de mudanças para esta etnia, porque era então quando se atribuíam as obrigações dos pastores, elegia-se às autoridades originárias e se celebravam matrimônios. Uma peculiaridade da zona andina que não se repete no resto do país é o costume de elaborar figuras de barro para o presépio, que ainda que teoricamente é um costume cristão, em realidade era uma expressão do desejo de ter maior quantidade de gado ao próximo ano, um desejo bastante lógico numa sociedade que depende grandemente da pecuária ovina e de auquénidos. Estas figuras de barro se deviam criar em pares: dois, quatro ou seis animais de cada espécie; e ao seguinte dia, enterravam-se no pátio, não sem antes ch’allarlas com álcool e folhas de coca (a coca é um elemento sagrado da cultura boliviana).
 
Tradição Aymara (região andina da Bolívia)
Challa usando a folha sagrada da coca, e llama enfeitada.

Era também durante a Natividade quando os pastores que cuidavam o gado enfeitavam com flores seus chapéus e a seu gado, ao que penduravam argolas e outros enfeites multicolores; depois traspassavam suas obrigações (o trabalho de pastoreio era comunal) a outros pastores, e se jogavam flores e dançavam tocando pinkillos. Com freqüência se procedia a marcar o novo gado que tinha nascido durante o tempo desde a anterior festa.

Nos velhos tempos desde a Colônia, na Noite-Boa se acostumava tomar chocolate com buñuelos nas zonas com mais forte influência espanhola, ou café quente e pratinhos parecidos ao caldo de carne em outras, e em zonas indígenas era tradicional um pãozinho feito de massa de quinua chamado jakhoilisa, que se comia o 25 de dezembro nas comunidades aymaras. Em nenhuma parte do país se conhecia a picana (prato tipico natalino na Bolívia) nem o panetone, muito menos o leitão ao forno, o ponche, o peru e muitas outras comidas que agora se associam automaticamente com o Natal.

O passo dos anos fez que na atualidade não tenha demasiadas diferenças entre as formas tradicionais de festejar entre as regiões bolivianas. Três tradições se mantêm ao longo e largo do país: o armado do presépio, assistir à missa do galo à meia-noite, e o jantar de Noite-Boa, na que se serve a picana, que consiste numa espécie de caldo algo picante e algo doce que leva choclos (milho), carne de rês, hortaliças variadas e vinho. Em seu defeito, serve-se leitão ou peru, e se costuma terminar com um brinde a meia-noite. Ao dia seguinte, toma-se com buñuelos, um panetone ou as masitas (bolinhos ou bolachas) tradicionais de cada região.



Os presépios se costumam armar durante os últimos dias de novembro, dando preferência aos feitos de forma artesanal e com cada peça confeccionada de forma única a outros nascimentos. Neste presépio, coloca-se um Menino Jesus de porcelana ou gesso, que costuma ser herança familiar, pois a tradição indica que é de má sorte comprar-se um, porque se é comprado não traz bênçãos ao lar, e pela mesma razão não se devem pôr dois Meninos num mesmo presépio–é melhor herdá-lo ou esperar a do que te presenteiem um–ao que se lhe devem mudar os roupagens cada ano e levá-lo a abençoar na igreja também cada ano. Agora se costumam colocar também luzes natalinas nos balcões e janelas, já não somente no presépio como antes, e já não se usam tantas velas como costumava ser. Agora é mais comum usar arvores e materiais artificiais e animais em miniatura de plástico, tudo o qual era antes feito a mão, com galhos de árvores, musgo, figuras de argila e barro para decoração. A última tradição constante e que não se perde devido à maioria católica é a Missa de Natal (um dia antes do natal), também conhecida como Missa do Galo, que se celebra às 12 da noite e à qual se levam os nascimentos que se têm nos lares para que sejam abençoados. Ao terminar a missa, as vezes se leva o Menino Jesus em procissão e depois se dançam villancicos ao pé dos nascimentos para alegrar ao Menino até que amanheça. Depois de rezar ou cantar os villancicos a meia-noite, já se podem abrir os presentes.
Fonte: 
Alura Gonzales 
(Santa Cruz, Bolivia)
Bolívia Cultural

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